26 de julho de 2011

Reflexões e comentários de Paulo Balardim sobre o processo com alunos de artes cênicas da UDESC

Texto enviado após experiência, compartilhamento e vivência com teatro de sombras ministrada por Alexandre Fávero com o professor Paulo Balardim e os alunos da cadeira de montagem cênica do curso de teatro da UDESC.

18.05.11- Florianópolis
DIÁRIO DE BORDO
 As sombras massificam a escuridão. No vagar das formas sobre a tela iluminada busca-se estabelecer uma tensão entre a constante harmonia da simetria disposta no espaço e a diluição dos limites nos contornos projetados.
O corpo do ator ocupa o espaço claro da tela, o vazio, e ocupa,
paradoxalmente, o espaço cheio também, sobrepondo a imagem de seu corpo em disformidades negras. O ator parece buscar uma moldura para a imagem de seu próprio corpo, algo que o redefina como um novo signo. A potência da imagem está na ocupação da tela pela sombra, nessa corporeidade provocada pela dialética do iluminar-se e deixar-se envolver pela ausência da luz. O corpo humano é revelado pela luz, de um lado, e pela sombra, de outro. Mas o lado em que encontra-se a realidade é duvidoso...e essa dúvida é o numinoso. A transição entre um espaço e outro, sombra e luz, deixa transparecer a forma-coisa sublime. O tempo da geração da ideia é um tempo dilatado, no qual a expectativa vê coisas que não são realmente mostradas. Essa aproximação com um tempo outro traz a ideia do divino, um sentimento de contato com o intangível.

Paulo Balardim
É professor universitário na área de Prática Teatral - Teatro de Animação, no Centro de Artes (CEART) da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC). Doutorando em Artes Cênicas (PPGT/UDESC), Mestre em Artes Cênicas (PPGAC/UFRGS), licenciado em Letras - Língua Portuguesa e Literatura Brasileira (ULBRA).
Como ator e diretor, trabalha com a Caixa do Elefante desde 1991, sendo um dos seus fundadores. Como cenógrafo e aderecista, já trabalhou com diversos diretores teatrais do Sul do País, tais como Dilmar MessiasCamilo de LélisNestor Monastério e Ronald Radde, entre outros.
Possui cursos de formação no Centro Latino-americano de Teatro de Bonecos (RJ-1994/1995), com Álvaro Apocalipse (Grupo Giramundo) e Oswaldo Gabrielli (Grupo XPTO), no Institut International de la Marionnette (França- 1997/1998), com Phillippe Genty e Michiko Ueno-Herr, e na Casa de las Sirenas (Espanha- 2000), com Maurício Kartun.
Como pesquisador de Teatro de Animação, lança, em 2004, o livro "Relações de Vida e Morte no Teatro de Animação", com o apoio do Institut International de la Marionnette.
Foi presidente da AGTB - Associaçao Gaúcha de Teatro de Bonecos, nos anos de 2002 e 2003, e jurado do Prêmio Tibicuera de Teatro Infantil/RS no ano de 2004.
Também participa da criação de inúmeros personagens para programas infantis televisivos, entre eles: "Pandorga" (TVE-RS), "Turma do Arrepio" (SBT) e Mundo da Leitura (Canal Futura).

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