16 de abril de 2011

Valorizar as pequenas experiências para alcançar grandes resultados

O mundo vive em um fluxo constante de mensagens cuja natureza é predominantemente audiovisual. A arte se vale disso para manter uma vitalidade e características insubstituíveis. De uma perspectiva educativa até suas vertentes mais contemporâneas e híbridas, resultando em força expressiva, tendências culturais, estilo, complexidade conceitual, inovação, interatividade e tudo o que permeia seus processos, esferas de ação e possibilidades comerciais.

O teatro de animação gaúcho nunca foi diferente ou inferior aos outros modelos de sucesso. Na sua pequena, mas contínua participação dentro da cultura local conquistou rapidamente alguns associados, espaço na mídia, festivais, indicações, prêmios, turnês, investimento em projetos sofisticados e a participação em grandes eventos internacionais. Resultado dos conhecimentos adquiridos e acumulados na criação e na produção, por pioneiros de talentos latentes e outros corajosos artistas que se arriscaram nessa arte fazendo história pelo mundo.


A Cia Teatro Lumbra não é uma pioneira no teatro de animação e muito menos no teatro de sombras. Bem pelo contrário. Seus integrantes acompanharam de perto os artistas veteranos nos festivais próximos por muito tempo antes de se jogarem na linguagem que trabalham hoje. Foram os conhecimentos e a vivência com outros artistas e coletivos mais experientes que indicaram os pontos de referência para criar suas primeiras obras. O estilo veio com a prática e o amadurecimento conceitual. Temas nacionais, aprofundamento conceitual, estética irreverente, dramaturgia experimental, tecnologias alternativas, processo artesanal, investimentos de risco e resultados híbridos formam parte da cultura da sombra originária das criações da Cia Teatro Lumbra.   Nessa trajetória foram criadas e produzidas mais de 40 obras para diferentes fins e nos mais variados formatos.  Um grande esforço para gerar um pequeno patrimônio de experiências e materiais dramáticos que servem como referência para o avanço e a qualificação artística dos integrantes, de vários curiosos, de artistas interessados nesse potencial expressivo e de pesquisadores do gênero.

É a inquietação em cada processo criativo que dinamiza as dúvidas e apresenta as descobertas, produzindo experimentações e exigindo organização na metodologia de trabalho. Aprendizado fundamental para aplicar as idéias nas mais variadas mídias e formatos, registrando os processos e sensações únicas para propagar, apresentar e vender aos interessados, em qualquer parte do mundo, esse ramo do conhecimento artístico e suas obras.


Essa vivência com as sombras marca parte da história das artes cênicas em Porto Alegre, mas ainda é pretensioso afirmar, mesmo sendo possível ver e ouvir falar de sombras que comunicam, informam, revelam e provocam os apreciadores do teatro. A partir dessa percepção novas necessidades apontam no efêmero e quase imperceptível cenário cultural do teatro de sombras gaúcho. Não só refletir sobre o que dizer, mas questionar: Estamos realizando uma arte regional ou universal? Será que o caminho do sucesso é seguir para o interior ou o para exterior do país? Seremos entendidos? Devemos buscar cada espectador ou o público de massa? A experiência prática e a lógica tendem a desejar somente as melhores opções, mas todas elas, em alguma ordem hierárquica de complexidade, é que permitirão traçar um caminho contínuo e conveniente de qualidade artística. Parece que o contrário carece de outros fatores. Provavelmente isso não faça parte da natureza dessa arte.

2 comentários:

  1. Parabéns Fávero! Parabéns Lumbra e Clube da Sombra!

    Que essas sombras continuem nos iluminando!

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  2. O caminho é seguir...

    sempre...

    na poeira da luz e no rastro da sombra.

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